EM PESQUISA REALIZADA PELA KASPERSKY, 62% DOS BRASILEIROS NÃO SABEM RECONHECER FAKE NEWS
Termo que ganha cada vez mais notoriedade, as fake news estão presentes em todos os segmentos. Os prejuízos que podem causar são incalculáveis. Essa situação é preocupante, inclusive em saúde, o que leva médicos e pacientes a estar ainda mais alertas às informações recebidas pelas mídias sociais, ainda mais no contexto atual de pandemia.
Um dos mais recentes alvos das fake news é o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina para tratamento contra a Covid-19. Além de não possuir nenhuma evidencia científica que comprove sua eficácia para a doença, a cloroquina causa diversos efeitos colaterais, um dos motivos pelos quais fora interrompida mais cedo a pesquisa em Manaus (AM) realizada pela Equipe CloroCovid-19, formada por cerca de 26 cientistas. Dos 81 pacientes hospitalizados com coronavírus, aproximadamente metade recebeu uma dosagem de 450 miligramas de cloroquina duas vezes ao dia durante cinco dias, enquanto o restante recebeu 600 miligramas de cloroquina durante 10 dias. Nos três primeiros dias percebeu-se nos pacientes que receberam a dose mais altas arritmias cardíacas e, no sexto dia, 11 dos pacientes faleceram, pondo assim fim ao estudo.
Apesar da sua falta de evidências e aumento de efeitos colaterais, de acordo com o Monitor do debate políticos no meio digital da USP em parceria com a UFMG, 4 em cada 10 vídeos que chegavam nos aplicativos de mensagens falavam de cloroquina, muitos com informações falsas.
Termo que ganha cada vez mais notoriedade, as fake news estão presentes em todos os segmentos. Os prejuízos que podem causar são incalculáveis. Essa situação é preocupante, inclusive em saúde, o que leva médicos e pacientes a estar ainda mais alertas às informações recebidas pelas mídias sociais, ainda mais no contexto atual de pandemia.
As consequências da disseminação de notícias falsas em escala global podem ser amplamente percebidas no dia a dia dos profissionais da saúde quando enfrentam situações, por exemplo, de pacientes que exigem ser tratados com medicamentos sem eficácia comprovada cientificamente, motivados por informações que adquiriram através de meios ilegítimos, mesmo que isso os leve a correr sérios riscos de saúde. A pressão sentida por esses profissionais pode vir a se tornar ainda maior agora, após o Ministério da Saúde ter divulgado no dia 20 de maio um protocolo autorizando o uso da cloroquina em casos iniciais da covid-19, por incentivo do presidente Jair Bolsonaro. Esse não é o único caso em que a propagação de informações falsas por uma autoridade política representou um obstáculo a ser enfrentado por profissionais de saúde no combate à pandemia. Entre os dias 23 e 24 de abril deste ano, um número incomum de cidadãos novaiorquinos acionou as autoridades de saúde após terem ingerido água sanitária e outros produtos de limpeza. Tal episódio ocorreu após o presidente Donald Trump sugerir que a ingestão de tais substâncias poderia curar a covid-19.
Mas então, como evitar as Fake News e a desinformação generalizada?
Uma das maneiras mais seguras de confirmar qualquer informação relacionada à saúde é verificar a recomendação das sociedades, federações e órgãos governamentais, como por exemplo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde, este que disponibilizou inclusive um canal para qualquer cidadão enviar mensagens com textos ou fotos que tenha recebido para ser apurado e confirmar se a informação é verdadeira. O número para contato via WhatsApp é (61) 99289-4640, além de, no próprio site, ter uma página relatando apenas as Fake News relacionadas à Covid-19 (https://www.saude.gov.br/component/tags/tag/novo-coronavirus-fake-news).
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